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Pérolas

Não se sabe com certeza o significado da palavra pérola, talvez seja devida a um tipo de molusco (do latim, perna) ou devido a sua forma esférica (do latim, sphaerula). As pérolas são produtos de moluscos bivalves, principalmente do tipo ostra (família Ostreidae). As pérolas são compostas de madrepérola (nácar), que por sua vez contém principalmente carbono de cálcio (na forma de aragonita) é uma substância orgânica córnea (a conchiolina), que atua como cimentadora dos microcristais que se depositam concentricamente. Apesar de terem a dureza de 2,5 a 4,5 na escala Mohs, as pérolas são extremamente compactadas e é difícil quebrá-las.

O tamanho das pérolas oscila entre o de uma cabeça de alfinete e o de um ovo de pomba. A maior pérola encontrada (chamada de



 

pérola Hope em homenagem a seu proprietário) tem 5cm de diâmetro e pesa 450 quilates (1.800 grãos) e está no museu de South Kensington (Londres).
O brilho da pérola é devido ao ordenamento imbricado das lamelas de aragonita e às membranas de conchiolina próximas da superfície da pérola. Esta constituição é também a causadora de fenômenos de difração da luz e das resultantes cores do arco-íris (denominada oriente), que podem se observar na superfície das pérolas.


 

Formação

As pérolas são formadas em ostras de água-salgada (Genus Pinctada), em alguns mexilhões de água-doce (Unio), e mais raramente por outros mariscos (moluscos de conchas). Elas se originam como resultado de uma reação contra corpos estranhos que penetram entre a concha do molusco e o manto ou dentro do manto. A capa externa desse manto, o epitélio, forma normalmente a concha mediante excreções de nácar (madrepérola), e recobre também todos os corpos estranhos que se encontram nessa zona. Um encapuzamento desse tipo produz a pérola.

Se a pérola se origina como um crescimento verrugoso na face interna da concha, então terá que se separar dela; sua forma é, portanto, semi-esférica quando é extraída – é a denominação pérola blister (em inglês, “ampola”). Às vezes, no comércio, costuma-se uni-la nas costas da madrepérola para formar pérolas “mabé”.

Se o corpo estranho alcançar o interior do manto, o tecido conjuntivo provoca uma espécie de resposta imunizadora do molusco e se estabelece uma pérola livre, isto é, uma pérola esférica. O epitélio, por divisão celular, rodeia rapidamente o corpo estranho que se introduziu no tecido conjuntivo, e o isola na forma de uma pérola esférica mediante a excreção do nácar. (...)


 

Pérolas Naturais

Pérolas naturais são aquelas que se originam sem a intervenção do ser humano, no oceano, assim como na água-doce.


 

Pérolas Marinhas

Os moluscos perlíferos vivem em “bancos” compridos, perto da costa, a uns 15 – 20m de profundidade. Seu diâmetro varia entre 6 e 30cm e alcança uma idade aproximadamente de 13 anos. O seu habitat são as regiões quentes de ambos os lados da linha do equador. As melhores qualidades são encontradas no Golfo Pérsico (róseas e branco-cremosas), onde, já na Antiguidade , eram procuradas pérolas. Devido a este lugar, todas as pérolas marinhas naturais são denominadas no comércio como pérolas do Oriente, sem levar em consideração sua verdadeira origem. Há muito tempo também são encontradas pérolas no Golfo de Manaar (entre a Índia e Sri Lanka), são de cores róseas ou amarelas tênues; geralmente são pequenas (as chamadas “pérolas-sementes”). Outros lugares de importância econômica na pesca da pérola são as costas da República de Malgaxe (Madagascar), Birmânia (Myanmar), Filipinas, várias ilhas do sul do Pacífico, Austrália setentrional, nas costas da América Central e no norte da América do Sul. No Japão, o país mais importante na produção de pérolas cultivadas, existem apenas alguns pequenos locais com pérolas naturais. As pérolas são apanhadas por mergulhadores. Antigamente o trabalho era feito sem nenhum instrumento especial. Atualmente é utilizado, às vezes, o mais moderno equipamento para mergulho. Somente 1 em cada 30 ou 40 moluscos proporcionam uma pérola, Em 1958, em Sri Lanka, foi experimentada a pesca com a utilização de redes; as conseqüências foram desastrosas (...)


 

Pérolas de Água Doce

A extração de pérolas em rios (pérolas de água doce) não é comercialmente importante; elas raramente são de boa qualidade. Na Idade Média e logo após, tinha certa importância a obtenção de pérolas nos rios (que tinham pouca poluição e eram ricos em oxigênio) da Europa Central. Também eram obtidas pérolas de água doce na Ásia e na América do Norte, onde havia mexilhões similares. (...) Um limitado número de pérolas de água doce naturais é ainda obtido em rios dos Estados Unidos da América.


 

Pérolas Cultivadas

No século XX o esgotamento e a poluição reduziram drasticamente o fornecimento de pérolas naturais. A crescente demanda de pérolas levou o homem a cultivá-las em grandes quantidades. Estas pérolas cultivadas não são uma imitação, mas sim um produto natural originado com a colaboração do homem. As pérolas cultivadas constituem atualmente 90% do comércio total de pérolas. Existem “fazendas de pérolas cultivadas” nos oceanos e também nos rios.

 

 

 

Fonte: Schumann, Walter – Gemas do Mundo, -

9ª Ed. ampl. e atual. – São Paulo : Disal – 2006


 

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