A primeira descoberta significativa de ouro no Brasil ocorreu em 1693 por Antônio Rodrigues Arzão, no rio da Casca, em Mato Grosso. Mas a corrida pelo metal começou cinco anos mais tarde, após a descoberta das minas de Ouro Preto, em 1698, por Antônio Dias de Oliveira. A partir daí ocorreu grande êxodo para a região das Minas Gerais, que em apenas dez anos viu sua população atingir a marca dos 50 mil habitantes.
A população mineira aumentava com intensa chegada de caçadores de riquezas e de aventureiros que vinham de todas as partes da colônia e da Europa, além da população escrava, cuja mão-de-obra era essencial à mineração. A corrida do ouro conferiu ares de abandono ao restante do território brasileiro. Engenhos, casas e lavouras foram abandonados por seus proprietários. Na busca da realização dos sonhos de enriquecimento rápido, os colonos substituíram as enxadas por bateias:
“Já nesta época, 1703, era o Rio a melhor praça portuguesa da América. A descoberta das minas de ouro pelos paulistas [...] occasionaram um êxodo de mais de dez mil de seus habitantes, para o novo eldorado do Espinhaço. [...] Dahi, terrível desequilíbrio financeiro em todo paiz, e enorme alta dos preços de vida. Estavam as lavouras em torno do Rio abandonadas, tendo até chegado quase a haver fome na cidade. E o mesmo se dera na Bahia e Pernambuco, onde não fora menor a imigração para os diversos pactolos mineiros.”
(Taunay)
A nova atividade econômica da colônia gerou um esvaziamento do campo e do trabalho rural e fez crescerem os centros urbanos com uma nova população que tinha acesso a modas e costumes vindos da Europa.
Fonte: Cunha, Laura & Milz,Thomas. Joias de Crioula /
Jewelry of the Brasilian. São Paulo,
Ed. Terceiro Nome,2011
A História do Ouro no Brasil
Curiosidade Histórica - O "Quinto"
Durante o Século 18, o Brasil-Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal. Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso País e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de “O Quinto”. Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro. O “Quinto” era tão odiado pelos brasileiros que, quando se referiam a ele, diziam “O Quinto dos Infernos”. E isso virou sinônimo de tudo que é ruim. A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os “quintos atrasados” de uma única vez, no episódio conhecido como “Derrama”. Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de “Inconfidência Mineira”, que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
