A figa, um dos amuletos mais comuns, tem variadas formas e pode ser feita com diferentes materiais e cores. Cada uma dessas características é responsável por uma função específica como talismã, sendo a mais usual a de anular forças negativas, em especial o mau-olhado.

Sua origem é mediterrânea e foi usada como joia-amuleto na Península ibérica bem antes de se popularizar no Brasil. Muitas figas foram encontradas nas escavações arqueológicas de Pompéia e Herculano, demonstrando ser costumeiro seu uso entre os povos latinos da Antiguidade Clássica. Na sua origem, a figa tem a representação da sexualidade e da fertilidade, a força capaz de atrair energias positivas como as consagradas à reprodução, à magia da concepção da vida.

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A figa mais conhecida e também frequente é a que representa o polegar entre os dedos indicador e médio; neste caso, simboliza o ato sexual, onde o polegar representa o falo e os dedos indicador e médio formam um triângulo atribuído a vulva. Existem outros modelos de figas, como a mano cornuta, onde apenas os dedos mínimo e indicador estão esticados; essa representação, segundo as crenças populares, “isola” quem a usa de todo o mal.

As figas podem ser negras, de azeviche, que protegem contra mau-olhado; vermelhas, de coral, que dão sorte; amarelas, para a memória; rosadas, para se recordar de fato distante; e verdes, que simbolizam a esperança, além de serem por vezes associadas ao código cromático dos fios de contas do candomblé. As figas estão cercadas de uma série de outras superstições que variam de acordo com o local ou a maneira de sua utilização, mas sempre visam atrair boas energias e proteger quem as leva.

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Fonte: Cunha, Laura & Milz,Thomas. Jóias de Crioula /
Jewelry of the Brasilian. São Paulo, Ed. Terceiro Nome,2011

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