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Arte Sacra

Foto: Roberto Cattani - (Museu Afro Brasil)​

O exagero barroco da igreja católica lançou mão de toda cenografia disponível para comover o espectador, cativá-lo pela impregnação do olhar, seduzi-lo com seu dinamismo exagero e luxo, no que ia totalmente contra a sobriedade linear clássica da estética protestante. O início da colonização brasileira se deu justamente nesse momento, e esse contesto contribuiu para a demarcação da trajetória das artes e dos ofícios do país, notadamente nos que eram então os principais centros urbanos do país – Rio de Janeiro, Salvador e Ouro Preto.


A descoberta das minas no final do século XVII contribuiu para a adesão, tanto da metrópole quanto da colônia, a um estilo de vida luxuoso e rebuscado, caracterizando a ostentação exagerada do segundo período barroco. A necessidade dos fiéis de demonstrarem poder e devoção por meio de vultosas doações à sua paróquia ressaltou ainda mais o luxo na decoração das talhas e alfaias dos templos.


O centro da comunidade era a igreja. Em torno dela desenvolvia-se grande parte das atividades sociais das vilas e cidades coloniais. Templos em Minas Gerais eram frequentemente dirigidos por confrarias ou irmandades que se responsabilizavam pela construção e manutenção de sua igreja, dedicada ao santo padroeiro da entidade. (...)

As peças do ritual litúrgico eram lavradas em ouro ou prata – ou em ambos - , algumas vezes incrustadas de pedras preciosas (peridotos, diamantes, topázios etc.) e vidros coloridos, também muito apreciados. Dentre a produção de ourivesaria sacra, podemos citar cálices, púcaros, turíbulos, custódias, navetas, sacras, cruzes processionais, lampadários, ostensórios, relicários e espevitadeiras, entre muitos outros artefatos.

Fonte: Cunha, Laura & Milz,Thomas. Jóias de Crioula /
Jewelry of the Brasilian. São Paulo, Ed. Terceiro Nome,2011

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